O PEDÓFILO, O FEMININO E A CRIANÇA: UMA ANÁLISE SÓCIO-HISTÓRICA DOS JOGOS DE PODER
Resumo
No século XIX ciência e a filosofia uniram-se em prol da construção de uma ordem que determinou papéis específicos para homens e mulheres, dando o pontapé para a subjugação feminina no âmbito social. Este artigo objetivou analisar a construção sócio-histórica da sexualidade masculina, para compreender os aspectos que tornam a pedofilia uma das parafilias mais comuns dentre as contidas no Código Internacional de Doenças, também explorou até que ponto há ligação entre a infantilização do corpo feminino com o jogo de poder masculino e a influência desse jogo na validação da pedofilia e, consequentemente, na estatística de casos de abuso sexual de crianças. Analisou-se de forma teórica, bibliográfica e reflexiva os jogos de poder no qual está inserido o sujeito e seu objeto sexual no caso da pedofilia, utilizando-se da diretriz do pensamento foucaultiano de que o sujeito é historicamente determinado e que os acontecimentos presentes podem ser melhor compreendidos se analisados a partir do estudo da cadeia de fatos e ideias que os precedem. Dados sobre a violência infantil no Brasil foram utilizados para enfatizar o caminho que a masculinidade tende a seguir para a recuperação da antiga ordem de supremacia sobre o feminino. A partir disso, extraiu-se a possibilidade de se pensar a pedofilia como um mal social, construído e predominantemente masculino.
Palavras-chave
Pedofilia. Feminino. Poder.
Texto completo:
PDFApontamentos
- Não há apontamentos.